Read Christie 2021: The Thirteen Problems
- Sofia
- 26 de ago. de 2021
- 4 min de leitura
Indo eu, indo eu,... a caminho do bosque da morte!
Nome: The Thirteen Problems | Os Treze Enigmas
Escritor: Agatha Christie
País: Reino Unido
Ano: 1932
Género: Romance policial
Sinopse: Numa terça-feira à noite, um grupo de amigos junta-se em casa de Miss Marple e a conversa decorre em torno de crimes por resolver. Cada um dos participantes está convencido de que é melhor conhecedor da natureza humana do que os restantes, o que dá o mote à criação do Clube das Terças-feiras, ocasião para que cada um deles apresente um caso do qual apenas o próprio sabe a solução. Caberá a todos os outros convivas provar até que ponto são bons observadores e ouvintes e tentar deslindar os sucessivos mistérios.
As noites em St. Mary Mead passam, pois, a ser dedicadas ao crime...
Crítica
Estamos quase a meio do ano e o Read Christie 2021 Challenge continua. Desta vez, o livro escolhido para o tema ‘Uma história sobre um jardim’ foi o The Thirteen Problems, que é um livro de contos, onde Miss Marple (again!) é a estrela. Porém, e como não é contra as regras do desafio, eu optei por um único conto.
A Casa do Ídolo de Astarte é o segundo conto da obra, onde é a vez de Dr. Pender contar uma história, e o crime que este personagem decide apresentar é causado aparentemente pelo sobrenatural. O caso passa-se na propriedade ‘Silent Grove’, recentemente adquirida por Sir Richard Haydon, onde Pender e mais algumas pessoas são convidadas a hospedar-se para uma festa. Entre elas, encontra-se Diana Ashley, uma beldade da sociedade. Encantado por ela, Sir Richard decide mostrar-lhe e aos seus convidados um templo supostamente da Idade da Pedra, que se encontra no bosque pertencente a ele, onde está a estátua de uma deusa dessa Era. Uma verdadeira casa do ídolo de Astarte! Diana fica fascinada e isso torna-se fatal para Sir Richard. Como? Terão de ler o conto para descobrir. Contar mais alguma coisa seria dar spoiler, e isso não aceitamos neste cantinho.
A única coisa que posso adiantar é que Miss Marple resolve o mistério usando o seu conhecimento através de tudo o que observa na vila onde vive, St Mary Mead.
Na minha opinião, a história que Christie nos apresenta neste conto é bastante insólita e criativa. Poderia ser lido no verão como no outono, em pleno Halloween. À medida que ia avançando nas páginas, fui me perguntando onde é que tudo aquilo iria terminar, e ao contrário da solteirona Marple, eu não consegui descobrir quem era o assassino.
Embora seja um conto e, portanto, com pouco tempo para haver desenvolvimento das personagens, gostei da forma como esta se desenrolou e de como os personagens vão sendo apresentados. A autora dá-nos uma imagem geral e rápida do tipo de pessoa que cada um é, e isso basta-nos para nos sentirmos satisfeitos.
Em relação ao final, achei-o satisfatório e, o que mais gostei, foi que o conto está escrito de uma forma a que possa ser lido isoladamente. Não senti a necessidade de ler o primeiro conto para compreender o segundo. Porém, senti-me curiosa e, quem sabe, não acabe por ler todos os contos… quando deixar de ter este ‘problema’ com Miss Marple.
Sussuro do Coração
Os Treze Enigmas (The Thirteen Problems) foi publicado na Grã-Bretanha em 1932 e no mesmo ano apareceu nos Estados Unidos sob o título The Tuesday Club Murders. Confesso que gosto muito mais desse título, mas isso é uma opinião pessoal.
A criação de um grupo de amigos que discute sobre crimes por resolver, é uma ideia interessante e só poderia resultar em sucesso sendo escrita por Agatha Christie. Com base neste pequeno conto e outros tantos que já li da autora, Christie costuma focar-se num aspeto no qual toda a história irá andar à volta. Em A Casa do Ídolo de Astarte é o Sobrenatural e o que este despoleta na mente humana.
Particularmente, eu sempre fui uma pessoa imaginativa e sempre adorei ler sobre o sobrenatural e sobre o género fantástico. (Harry Potter é uma das minhas sagas favoritas!) Porém, nem todos são assim e há quem não goste de mexer nesses assuntos com medo que algo esteja a ouvir e a ataque na sombra. Cada um tem a sua opinião e a mim só cabe respeitar. Porém, sendo fantasia ou não, quantos de nós já não passaram por lugares que a fizeram estremecer, causar arrepios, ou sentiram algo estranho como o Dr. Pender, quando foi ao bosque onde estava o templo? Será que isso é tudo da nossa cabeça, ou realmente há locais que parecem emanar uma aura maléfica e duvidosa? Será que os espíritos existem ou apenas são material para boas histórias de terror?
Eu confesso que quando vejo fotografias da época vitoriana, sinto arrepios, e cá entre nós não sou muito adepta de bonecas de porcelana. Acho-as criaturas sinistras e sem alma (vocês percebem-me!). E sempre aprendi que devo ouvir a minha intuição, pois a intuição humana na maioria das vezes está certa!
Agatha Christie era uma mulher curiosa mas também sensata, e creio que neste conto ela opta por ‘brincar’ um pouco com todas estas questões, mostrando que, no final de contas, tudo tem uma explicação racional. Ou será que não?
Avaliação - 🟉🟉🟉🟉🟉🟉🟉 (7)
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