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Read Christie 2021: The Burden

  • Foto do escritor: Sofia
    Sofia
  • 26 de fev. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 9 de mar. de 2021

Um livro que nos fala do peso do amor.



Nome: The Burden| As duas irmãs

Escritor: Mary Westmacott (aka Agatha Christie)

País: Reino Unido

Ano: 1956

Género: Romance

Sinopse:

Laura Franklin fica muito afetada pelo nascimento da irmã. Como seria de esperar, a encantadora bebé Shirley concentra as atenções da família. Os ciúmes de Laura são tão intensos que ela chega a desejar a morte de Shirley. Contudo, estes sentimentos negativos mudam drasticamente certa noite, quando, após um incêndio, jura protegê-la com toda a sua força e amor. Anos depois, quando Shirley começa a ansiar por liberdade e aventura, Laura terá de questionar os limites de uma relação que se tornou desigual. Terá o fardo do seu amor pela irmã tido um efeito dramático e irreversível sobre as suas vidas?

Crítica

Sendo em Fevereiro o mês de S. Valentim, o tópico do desafio Read Christie 2021 não poderia deixar de ser sobre o amor. E sendo assim decidi optar por uma obra do pseudónimo de Christie.

The Burden (As duas irmãs) é uma obra que nos conta a história de Laura e Shirley, duas jovens irmãs com temperamentos muito diferentes e uma enorme vontade de serem felizes. A obra é dividida em quatro partes, focando-se cada uma delas num determinado momento da vida das personagens. Começamos por conhecer a infância de Laura, uma menina que muito me lembrou a Wednesday Addams, e a sua aversão à sua irmã Shirley. Porém, um dia tudo muda e essa aversão torna-se em puro amor. À medida que a narrativa avança, acabamos por conhecer também a juventude de Shirley, uma jovem alegre e sonhadora, e os desafios que esta vai enfrentando.

Tal como nos seus romances policiais, Agatha Christie vai nos envolvendo com a sua escrita fluída e o seu enredo intrincado. Porém, devo confessar que as duas últimas partes da obra deixaram-me um pouco confusa, visto entrar uma nova personagem nunca antes mencionada na história, o que fez com que a determinado momento tivesse a sensação de estar a ler um livro diferente. À exceção disso, a obra está muito bem pensada e faz-nos também pensar nos nossos próprios sentimentos em relação ao amor, mas isso é algo que irei abordar mais à frente. Outro aspeto que achei positivo foi o facto da autora ir aos pontos principais e não andar com rodeios à medida que a história ia avançando.

Quanto ao final, este foi curto e direto, e confesso que não sei muito bem o que pensar sobre ele. Não me desagradou mas também não sei se o achei satisfatório. Contudo, admito que foi um final que me tomou de surpresa, e por momentos também eu era Laura com o peso do amor nos meus ombros.


Sussurro do Coração

Mary Westmacott surgiu da vontade de Agatha Christie provar a si mesma que os seus livros eram bons, não pela sua fama como Rainha do Crime, mas pelo seu mérito e qualidade do seu trabalho. Esta foi a primeira obra que li sob o seu pseudónimo e não posso dizer que fiquei desiludida. Sendo uma grande observadora da natureza humana, a autora foi capaz de nos apresentar uma narrativa rica e introspetiva sobre o amor.

The Burden (As duas irmãs) foi um dos últimos trabalhos escritos por Christie como Mary Westmacott. Tal como referi anteriormente, é um livro que nos faz pensar nos nossos próprios sentimentos em relação ao amor, e são vários os tipos de amor que se encontram nesta obra: o parental, o fraternal, o carnal e o espiritual. A autora mostra-nos que todos eles podem tornar-se num veneno caso não se tenha cuidado. Para Laura, o amor parental não era suficiente, o que a tornou numa criança com ideias perigosas. Também o amor dos nossos pais pode influenciar-nos a ser ou não boas pessoas. Porém, o amor fraterno também pode ser um perigo, caso não se saiba quando não interferir na vida do outro. Por mais que amemos os outros, chega um momento em que devemos deixá-los viver a vida com tudo o que isso inclui, seja dor ou felicidade.

No entanto, algo que me fez bastante confusão foram as atitudes de Shirley e o seu caminho ao longo da obra. Sempre me fascinou e admirei as pessoas que vivem com base na sua convicção, mesmo que esta as leve em direção a um precipício. Contudo, não compreendo quando dizem que o amor tudo suporta, pois pessoalmente há coisas que não admito, independentemente do quanto possa estar apaixonada.

Já o trajeto de Llewellyn é bem diferente de todas as outras personagens, e faz-nos compreender que até a fé nos pode corromper por dentro se for em demasia.

“O homem não pode ter poder nas mãos. O poder fá-lo apodrecer, de dentro para fora. Quanto mais tempo poderia eu ter continuado sem que essa nódoa surgisse no meu interior?” ( Llewellyn, The Burden)

Para alguém que já leu Agatha Christie: uma autobiografia, ler As duas irmãs foi um misto de emoções, pois acredito piamente que a autora se baseou em factos da sua própria vida e usou esta obra para pensar no peso que o amor pode ter. Saberemos nós o peso que o nosso amor tem nos outros?


Avaliação - 🟉🟉🟉🟉🟉🟉🟉🟉 (8)

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